Você quer ir à Parada LGBT, seja em São Paulo ou em outra cidade do Brasil, mas tem medo de ser assaltada / assaltado ou sofrer alguma agressão devido ao volume de pessoas (ou ainda, intolerância por você ser quem você é)?
Você também queria levar o seu celular para registar as cenas, mas também acredita que se for mesmo participar da caminhada talvez seja melhor deixá-lo em casa?
E agora, o que você faz, afinal você está com receio e inseguro / insegura se realmente deveria participar desse acontecimento, certo?
Nesse “kit gay”, vou te mostrar como você pode (e deve participar) de qualquer Parada LGBT+ e paz, segurança e harmonia, além, é claro, de se divertir muito
A primeira coisa que você precisa saber é entender como esse evento é realizado e o que você deve fazer, assim você garante um dia tranquilo ao redor de uma comunidade alegre, colorida e diversa. Além é, claro, de se sentir feliz e bem durante toda a marcha.
Mas antes de te apresentar essas dicas fundamentais… Pense aqui comigo:
Por que a Parada LGBT, no Brasil, é Sempre uma Mucuva?
A imagem que você vê abaixo foi tirada, por mim, na Parada LGBT+ de São Paulo, em 2015.
Já essa outra, foi tirada, em 2013, na Parada LGBT+ de Nova York.
E essa aqui foi clicada, em 2015, na Parada do Arco-Íris (como chama na Áustria a caminhada), em Viena.
Se você analisar com carinho, a Parada de Viena é uma mistura da Parada LGBT+ de Nova York com a do Brasil. Analise só essa imagem:
Já a Parada de Nova York não tem nada a ver com a do Brasil. Veja:
Então porque rola essa diferença?
As origens das Paradas, em cada país, são diferentes.
A Parada LGBT de Nova York é uma das mais tradicionais do mundo e deu origem realmente a marcha, quando aconteceu a Rebelião de Stonewall. Logo a Parada LGBT de Nova York é organizada de forma que seja realmente uma caminhada de cada grupo da comunidade LGBT+ tem uma visibilidade durante o acontecimento.
Para entender melhor o que estou dizendo recomendo escutar esse episódio do meu podcast:
Já a Parada, principalmente a de São Paulo (também já foi na de Niterói e se parece com a de São Paulo), tem características muito parecidas com uma das festas mais populares e políticas do nosso país:
O Carnaval!
Tanto que você analisar há a presença de trios elétricos nas Paradas LGBT+ brasileiras enquanto a de nova-iorquina apresentou carros de som, que são mais baixos e abertos (assim como em Viena). Portanto, seria crueldade desse texto dizer qual é a melhor forma de desenvolver uma Parada, afinal cada uma se desenvolver de acordo com as características dos seus países.
O foco desse texto é, além de mostrar essa diferença, é levar a você entender que:
Se você fosse participar de um Carnaval de rua, no Brasil, em uma metrópole, em que apresenta um monte de pessoas e há vários trios, como você iria agir? Com o que você iria se preocupar? O que faria você ficar alerta / alerto?
E é justamente isso que vamos responder abaixo. Por isso continue lendo esse texto sobre as preocupações que você deve ter ao participar de uma Parada LGBT de São Paulo.
Dicas Básicas para Você ir à Parada LGBT+ Sem Neuras
O meu amigo incrível, Marcio Rolim, criador do canal Bee40Tona fez um vídeo curtíssimo dicas fundamentais para você ir à Parada LGBT de São Paulo com segurança.
- A região da Paulista, onde acontece a marcha, ficará muvucada, principalmente em relação ao trânsito. Portanto, deixe o seu carro na garagem e use transporte públicos;
- Vai beber? Tudo bem, mas não se esqueça de jogar o lixo… NO LIXO!
- Use roupas leves que vão facilitar a sua caminhada;
- Se precisar de alguma ajuda, peça aos policiais e/ou aos ambulatórios que ficam presentes na Avenida Paulista – são de fáceis identificações;
- Não se esqueça de hidratar – no caso, além de bebidas alcoólicas, então beba água SIM, por favor!;
- Quer tirar uma foto com uma pessoa, que esteja caracterizada ou não com determinada vestimenta, pergunte se pode clicar antes de chegar colocando a câmera na frente dela;
- Se alguém te provocou ou trombou em você, não reaja, por gentileza;
- Se for agredido / agredida, no próximo tópico desse kit gay, tem um passo a passo do que você deve fazer;
- Se estiver muito cheio de pessoas, tente ficar um pouco mais atrás, da própria Parada, onde está mais tranquilo. Caso queria caminhar, recomendo ir pelas ruas alterais, pulando alguns trios, para chegar bem próximo do começo dela que, geralmente, está tranquilo e dá para acompanhar a marcha sem tumulto;
- Respeite as monas, as bichas, as travestis, as drags, as pan, as lésbicas, as bi. Respeitem as minas, principalmente! (Falarei mais sobre isso abaixo);
- Fazendo ou não sol, use protetor solar, óculos e/ou boné – proteja-se sim porque você estará caminhando por muito tempo e pode ser que, no começo da Parada, não esteja fazendo sol, mas nada impede que o tempo abra;
- Não tire conclusões precipitadas das pessoas, chame-as pelo nome que elas se identificarem para você. Se elas não falarem, pergunte;
- Leve uma capa de chuva na sua pochete. Da mesma forma que o sol pode surgir se o tempo estiver fechado, pode também chover se o tempo estiver aberto e ensolarado.
- Se você foi vítima de agressão e/ou assédio, abaixo tem um passo a passo de quais atitudes devem tomar e quem deve procurar.
Portanto, mantenha a sua leitura porque agora são as dicas mais fundamentais e relevantes desse kit.
NÃO É NÃO! Principalmente na Parada LGBT de São Paulo
Precisamos muito falar sobre respeito, como disse acima, então em um lugar cheio de pessoas se cada um fizer a sua parte, teremos uma convivência pacífica. Porém, como também algumas coisas passagem do limites, principalmente quando há abuso do álcool, é sempre bom relembrar que:
NÃO É NÃO. Simples assim!
Ou seja, mesmo acontecendo a Parada LGBT+, um evento super diverso e que recebe qualquer pessoa, use essas duas regrinhas básicas:
- Se alguém falar para você que NÃO, logo é NÃO (ressaltando de novo!);
- Esbarrou em alguém? Use e abuse da palavra mágica: “DESCULPA!”.
E todos nós tenhamos uma Parada tranquila e alegre. Antecipadamente, desejo a você… #HappyPride – como dizem os norte-americanos! Hehehe.
SERVIÇOS | INFORMAÇÕES JURÍDICAS RELEVANTES:
Contato da advogada Bárbara Bastos / BIT, caso queria tirar alguma dúvida e/ou saber mais sobre boletim de ocorrência,
Decradi – Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância
Rua Brigadeiro Tobias, 552, centro, São Paulo
Tel.: (11) 3311-3555
decradi@policiacivil.sp.gov.b
Delegacia de Delitos Cometidos por meios Eletrônicos
Avenida Zack Narchi,152 – Carandiru, São Paulo-SP (Perto da antiga detenção do Carandiru, estação Carandiru do Metrô)
Telefone: (11) 2224-0300
Ministério Público, focado em Direitos Humanos
E-mail: pjdhumanos@mpsp.mp.br
Clique aqui no site do MPF para saber mais sobre o cão cível de Direitos Humanos.
Tutorial para fazer um boletim de ocorrência virtual, em São Paulo.