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Sexualidade & LGBTQIAPN+

Esse Texto te Motiva (e Destrói seus Medos) em ser Aliado LGBT

Maira Reis
Escrito por Maira Reis em 25 de outubro de 2021
5 min de leitura
Esse Texto te Motiva (e Destrói seus Medos) em ser Aliado LGBT
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Oie, Aliado LGBT, talvez…

Você está vendo os debates sobre diversidade e inclusão, seja na sua empresa e/ou na Internet, se sente com insegurança para entrar nas discussões porque simplesmente não acredita que tenha conhecimento do assunto ou ainda tem medo de romper o lugar de fala, esse texto é (ainda mais) para você.

Eu te entendo, pois, por mais que eu seja uma mulher branca, cisgênera, lésbica e andrógina, sinto assim quando há alguns debates sobre pautas raciais e étnicas ao meu redor.

Mas isso não é motivo para não assumirmos as nossas responsabilidades por mudar o sistema e reconhecer os nossos privilégios dentro dessa sociedade excludente.

Ah, pode ser também que você não tenha medo de nada do que disse acima, mas simplesmente possa ser atacado e/ou suas opiniões silenciadas.

Precisamos entender que:

  • Os conflitos e discordância entre os grupos / pessoas estão por todas as partes. Não somente nos debates que você entra ou deixa de entrar. E mais: o sistema de poder que silencia alguns e dá força e destaque para outros também segue essa mesma dinâmica.
É impossível ser 100% ausente e não se posicionar sobre nada durante toda a sua convivência com as pessoas.

Particularmente, acredito que não se posicionar, é também um tipo de posicionamento. É um posicionamento aberto que deixa as pessoas pensarem o que quiserem de você e, muitas vezes, pode ser sobre visões e ideias que não necessariamente você concorda.

Não estou te falando isso para você se assustar e desistir de usar o seu privilégio a favor da mudança. Mas sim te confortar que o medo, a insegurança e os embates estarão sempre presentes na nossa vida e é impossível fugir deles.

Portanto, quero te ajudar nesse desafio de se posicionar de forma a fazer desse seu espaço de influência uma atitude corajosa para diminuir os impactos do preconceito e discriminação contra a população LGBTQIAP+.

Antes de tudo, vamos definir uma palavrinha importante:

O Que é Ser Aliade LGBTQIAP+?

Uma pesquisa feita pela Lean In (link para a mesma no final desse artigo), uma comunidade global dedicada a ajudar as mulheres a alcançar suas ambições, realizada em junho de 2020, na qual participaram 7.406 adultos com 18 anos ou mais que vivem nos Estados Unidos, apontou os seguintes dados interessantes sobre ser aliados no ambiente de trabalho:

  • Mulheres negras e latinas não sentem que têm aliados fortes no trabalho porque das mulheres que responderam a pesquisa (45%) sente que realmente alguém que possa contar dentro da empresa.
  • Esse número sobe um pouco quando a pesquisa volta para mulheres latinas: 55%.

A mesma pesquisa fala sobre quem são esses aliades:

  • 10% das mulheres negras e 19% das latinas entrevistaram ressaltar que a maioria de seus aliades é uma pessoa branca. Essa pergunta foi feita para mulheres brancas e o número subiu para 45%.

É importante a gente entender que homens brancos são quem, na maioria das vezes, estão ocupando em posiçōes de poder dentro das empresas, logo:

  • A tendência é defenderem, na maioria das vezes, uma mulher branca do que uma negra;
  • Enfatiza, ainda mais, a importância de colaboradores brancos se tornarem aliados de colegas brancos e latinos para tentar diminuir essas desigualdades raciais e étnicas.

Ou seja, desafiar o racismo estrutural é um ato básico de qualquer excelente aliado.

E como será que esses aliades ajudam a romper esse sistema, começando a dar o primeiro passo que é levar essa discussão para o ambiente de trabalho?

Segundo a mesma pesquisa, cerca de 4 em cada 10 colaboradores brancos confirmaram que falaram, no ambiente de trabalho, sobre a discriminação racial e étnica. Ainda no estudo há um outro dado interessante sobre isso:

  • 82% dos homens e mulheres brancos dizem que se veem como aliados de colegas de outras raças e etnias.

Então, enquanto colaboradores brancos se veem como aliados na empresa, mulheres negras e latinas discordam.

Eu sei que você está se questionando: mas o que devo fazer para ser um bom aliade.

Vamos voltar rapidamente para a definição de aliade:

Quem usa do seu espaço de poder, privilégio e/ou posição para apoiar ou defender colegas de trabalho com menos poder, status, privilégio e/ou acesso em determinado ambiente.

Eu trouxe uma pesquisa sobre o universo racial e étnico para a gente discutir o que ser é aliado e alguns dados relevantes sobre o assunto. E tem ficar algo mais claro ainda, além das informaçōes desse estudo: temos que ser aliados NÃO só de uma diversidade, mas sim de todas – principalmente por sermos pessoas plurais e a sociedade é diversa.

Também não existe esse negócio de uma comunidade ser melhor do que a outra. Todas têm as suas demandas, desafios e precisamos ajudá-las a avançar. Diante de tudo isso:

Não existe um curso para se tornar aliado. Aliade NÃO É UM PONTO FINAL, mas sim uma jornada.

Eu bem que queria poder te trazer dicas rápidas e/ou soluções mágicas para ser uma pessoa aliada perfeita do dia para noite, mas isso não existe.

Claro que você pode participar de algum curso, algum grupo de mentoria, algum espaço de estudo sobre ser aliado, pois conhecimento nunca é demais. O que estou te dizendo com as minhas frases anteriores que a “formação” de um bom aliade é no dia a dia, na convivência com as pessoas, sem medo de errar e ser cada dia melhor.

A comunidade LGBTQIAP+ está a todo momento se atualizando. Aliades precisam também acompanhar os nossos movimentos, discussões e saber como usar o seu espaço na sociedade para romper o preconceito e violência contra a nossa comunidade.

E quando isso acontece, você vai começar a ser:

Advogade da comunidade LGBTQIAP+, ou seja, aquela pessoa que defende seus colegas / pessoas LGBTQIAP+ em espaços de menos poder e acesso.

É importante também a gente levar a consciência das pessoas para que entendam que…

Ser Aliado não é uma tarefa somente de Fulano ou do Departamento de Diversidade: não terceirize as suas Responsaibilidades!

Se queremos ter um espaço diverso e inclusivo é necessário que todes se engajem e usem os seus privilégios para gerar tarefas de equidade.

Claro que, por exemplo, o departamento de Diversidade de uma empresa, pode, muitas vezes, estar trabalhando mais sobre o tema, mas se ele fica só ali tem algum problema com a estratégia de diversidade da empresa.

Da mesma forma que se você só pode falar sobre diversidade com seus amigos pessoais e não com seus colegas do futebol de sexta, também tem um problema ali.

Precisamos de várias perspectivas do assunto, algumas concordâncias, outras discordâncias, dar visibilidades para outras vozes que não sejam só a nossa ou de quem conhecemos… Trazer e incluir pessoas que normalmente não seriam incluídas por causa de um sistema invisibilizador e cruel. E a gente não consegue fazer isso sozinho ou só ganham o nosso umbigo como visibilidade.

E, claro, talvez há quem esteja falando:

Maira…

Mas eu não conheço pessoas diversas para fazer isso….

Ou ainda:

Eu não consigo conversar com os meus amigos sobre isso.

Nos dois argumentos, temos um avanço: você consegue ver claramente quais são os problemas deles.

Só falta entender que…

  • Somos seres sociais e queremos conexão com pessoas. Porém é tão mais fácil, para a gente, estabelecer essa conexão com quem é igual a gente.

E aqui, encaixamos mais reflexões:

  • Por que você não consegue conversar com seus amigos sobre diversidade?
  • Como você fala com seus amigos sobre isso?
  • Você impõe o assunto?
  • Você traz outras perspectivas que atiçam as curiosidades deles para saber mais?
  • Tem exemplos de outras iniciativas que tiveram sucesso que eles podem achar um máximo?

Tudo isso são reflexōes sobre como você está “vendendo” seus debates sobre diversidade para as pessoas que você diz que nã consegue conversar desse assunto.

E, uma outra coisa que você pode pensar é sobre o seu círculo de amizade, já parou para pensar que:

  • Quem você segue que pode te trazer visōes de diversidade e inclusão?
  • Quais livros sobre o tema você se interessou para ler e se aprofundar sobre o tema? E séries e/ou filmes?
  • Quem você pode estar excluindo do seu dia a dia que maquia a ideia que “não concorda com seu posicionamento”, mas, na verdade, você só tem preguiça de escutar a pessoa?

Sei que essas perguntas podem soar um pouco duras demais. Não fique chateade comigo. Quero que você seja alidade ativo que provoca reflexōes nas pessoas que te cercam. E, para isso, é necessário sairmos dos nossos espaços de conforto e privilégio.

Quero que entenda que a luta também é sua, pois se a gente ajudar a sociedade a melhorar:

  • Crescemos como pessoas ao termos mais bagagem cultural, social e de interações humanas;
  • Nos desenvolvemos como país que trabalha em prol dos direitos humanos que, consequentemente, atrairá investidores que querem colocarem grana em locais que têm esse valor como um dos focos de desenvolvimento;
  • Com mais investimento, há geração de empregos e que, consequentemente, acaba melhorando a qualidade de vida da população.

Portanto lutar em prol de uma sociedade, diversidade e inclusiva beneficia a todes e não somente determinada comunidade diversa.

E tem mais, realmente acredito que você, como aliado, pode muito me ensinar um monte de coisas que não sei e não tenho acesso. Portanto essa troca é de extrema importância. Na verdade, o poder da comunidade é muito importante no nosso aprendizado e melhoria como pessoa.

Não tem mágica: os estudos são eternos!

Agora, podemos, muitas vezes, ficarmos perdidos entre mil e uma informações e/ou atualizações sobre a comunidade LGBTQIAP+. E uma forma de reduzir o ruído entre mil e uma fontes de informações é estar presente ao ter acesso a uma gama de informação segura para perguntar e aprender com as pessoas. Foi por que criei o curso além do arco-íris.

Ao participar de além do arco-íris, você tem acesso também:

Muito mais!

Se você se interessa por diversidade LGBTQIAP+, pode se inscrever em além do arco-íris. Não precisa trabalhar em empresa com o tema e/ou ser da comunidade para estar ali. Na real, o “único pré-requisito” é que você queria ser uma pessoa melhor a cada dia e estar aberta para aprender sobre diversidade LGBTQIAP+.

Para se você quer ser uma pessoa aliada revolucionária ajudando a nossa comunidade a diminuirem o preconceito contra ela, clique aqui ➜

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