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Sexualidade & LGBTQIAPN+

5 Lições de Diversidade LGBTQIAP+ que Nasce uma Rainha nos Ensina

Maira Reis
Escrito por Maira Reis em 1 de novembro de 2021
4 min de leitura
5 Lições de Diversidade LGBTQIAP+ que Nasce uma Rainha nos Ensina
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Disponível na Netflix um seriado voltado ao universo drag chamado Nasce uma Rainha, comandado por Gloria Groove e Alexia Twister.

Em cada episódio, elas ajudam a uma nova drag que nasceu e/ou renasceu, a partir das histórias e desejos das pessoas participantes.

Esse texto tem o intuito da gente extrair algumas lições desta série, a partir de uma visão dos conceitos de diversidade e inclusão, principalmente diversidade e inclusão dentro de uma estratégia corporativa.

Então vamos lá:

1. Trazendo à Tona quem Você É

quem você é - nasce um rainha

A cada episódio, fica nítido o esforço de Glória e Alexia em tirar o melhor de cada personagem, tendo como referência a história de vida de cada pessoa que está ali se montando.

Em diversidade corporativa, precisamos saber muito reconhecer o que é inato de cada um, respeitar as pessoas pelo que elas são, sem tentar enquadrá-las em um estilo de vivência e regras que não condizem com elas.

Temos um time com múltiplos talentos e cada um muito diferente um do outro e essa é a mágica de tudo.

E isso é uma das maiores lições do seriado: ser quem você é, mostrar isso ao mundo é que irá fazer diferença na sua arte e, consequentemente, no seu trabalho.

Tem uma passagem que a Alexia inclusive fala:

“Algumas falas as pessoas acham que são mimimi, mas o discurso mudou. Estamos enxergando as pessoas como elas são”.

2. Militar Sem se Limitar

seriado drag queen

Esse ponto dois, militar sem se limitar, é uma das frases que a Gloria Groove traz em um episódio para dizer que podemos conectar aquilo que acreditamos sem nos fechar em algo, em um padrão.

É exatamente isso que uma empresa pode fazer: voce pode continuar vendendo o seu produto para o hétero, cis, branco, casado e com dois filhos.

E você também pode criar um produto para o público LGBTQIA+ entendendo o que desejamos, quem somos, como vivemos e o que esperamos de uma empresa.

O mundo pede que as empresas sejam mais conscientes dos seus papéis, dos seus impactos e dos públicos que consomem os seus produtos.

Pensa em um restaurante: a não ser que ele seja voltado para um público específico e/ou um tipo de comida específica, ele tem como consumidores quem não come carne, quem não pode comer derivados de leite, quem come carne, quem não pode comer um tipo de comida específica por causa de problemas de saúde e muitos outros tipos de consumidores.

Entende:

Olhe a gama de pessoas diferentes e diversas que frequentam um restaurante. E ele não precisa se fechar em um só. Ele pode atender a todos, desde que saiba respeitar e oferecer o melhor serviço / produto para aquele tipo de consumidor.

Então uma estratégia de diversidade é múltipla porque as pessoas são múltiplas. E ela deve aderir cada uma, modelando a sua estratégia para cada diversidade e desafio de um grupo social ali presente internamente.

3. Encontre Mentores, Você Não Sabe Tudo e Nunca Saberá

encontre mentores - nasce uma rainha

Eu gosto muito que em cada episódio há um / uma terceiro / terceira artista presente para ajudar na mentoria da drag em construção.

Eu acredito muito nisso: acredito no papel da mentoria. E não só porque eu vendo minha mentoria como também tenho mentoria com várias pessoas incríveis que vão desde a construção da minha startup até as políticas jurídicas de uma estratégia de diversidade.

Ninguém sabe tudo isso – então, fique de olho nas consultorias de diversidade que vendem que fazem tudo e para todos os grupos marginalizados, pois pode ser uma furada.

E outra coisa: quando falo mentoria não é só dentro do aspecto.

Tem um cliente da minha startup, camaleao.co, que está oferecendo mentoria para a liderança com foco em entender como ela pode desenvolver práticas inclusivas – indo desde os processos internos até o modo como fala com a equipe.

Um outro exemplo de mentoria é a tal da Mentoria Reversa que muitas empresas usam.

Antes de explicar sobre a mentoria reversa, gostaria de deixar para você analisar a visão do Victor Larguesa, analista de diversidade da Ambev, que, bateu um papo comigo sobre estratégias de diversidade e ele pontua que a mentoria reversa precisa de alguns cuidados – aqui está o nosso podcast que falamos sobre isso:

Agora, um exemplo de mentoria reversa é o case da Natura que desenvolveu um programa, que existe desde o ano de 2000, de apadrinhamento para seus colaboradores com deficiências auditivas.

Há funcionárias da empresa que recebem treinamentos e aulas de LIBRAS para melhor integrar seus colegas com deficiência auditiva à rotina da empresa.

A mentoria reversa pode ser usada de diversas formas e para o que a empresa necessita, porém, acima de tudo, ela tem que alavancar o pilar de cocriação, respeito e espaço de segurança dentro de uma empresa

4. Dialogando com a Diferença

Uma das partes mais importantes é quando Gloria Groove vai conversar com algum parente e/ou amigo do personagem que é contra a ele ou ela ser drag.

Isso muitas vezes permeia não só preconceito como também ideias erradas do que é ser uma pessoa LGBTQIA+.

Fico muito frustrada com a falta de informação e a construção de estereótipos a partir de conceitos errados propagados pela sociedade sobre a gente.

E esse é um dos grandes desafios corporativos: desconstruir o preconceito e construir o respeito e a empatia.

Você entende como a comunicação, a educação e a atenção refazem os relacionamentos entre pessoas diversas.

No mundo corporativo, ninguém deve impor uma visão e/ou uma vivência sobre o outro. É necessário gerenciar a diversidade, é necessário comunicar novos valores, os diversos corpos e histórias de vida.

E, claro, acima de tudo respeitar e entender as escolhas alheias, por mais que você não concorde e elas não sejam as mesmas que as tuas.

E, claro, o saldo final é sempre positivo: quando a gente consegue conversar, mostrar a nossa realidade e o que nos fazem felizes, as pessoas nos respeitam e mudam suas visões.

E, no seriado, principalmente é impossível não se emocionar com pessoas tão diferentes e até preconceituosas, entendendo as nossas vivências e nossos desejos. E mais, entendendo que não se escolhe ser LGBTQIA+, se é. Assim como se é heterossexual.

E aí que está a mágica, cada um vivendo a sua diversidade no mesmo espaço social.

5. A Única Certeza é a Mudança

mudança - nasce uma rainha

Todo o seriado trata de duas coisas.

A primeira é sobre ser você mesmo e a segunda é que sempre vamos mudar.

Vamos mudar nossos pensamentos, nossas visões do mundo, a gente mesmo, a gente enquanto pessoas militantes, e, claro, vamos ver o mundo mudar.

Essa semana, publiquei no Instagram, inclusive, me segue por lá, que o filósofo pré-socrático Heráclito dizia que a “Nada é permanente, exceto a mudança”.

Voltando ao meu pensamento, não adianta chorar: desde que o mundo é mundo, evoluímos.

Ok que podemos ter alguns dos nossos direitos dificultados ao longo do processo e também demos alguns passo para trás, mas pensa comigo:

Desde a rebelião de Stonewall que trouxe uma maior organização da comunidade LGBTQIA+ enquanto comunidade que luta pelos seus direitos e necessidades, olha o quanto evoluímos?

E de lá até hoje, a gente não voltou a viver sem os direitos que as pessoas LGBTQIA+ viviam na época do Stonewall vivam? Ao contrário, mudamos, avançamos e lutamos cada vez por mais direitos – e isso não só no Brasil como no mundo todo.

É isso, evoluímos. E uma cultura organizacional também está em constante mudança. O que trouxe uma empresa até aqui não será o que vai fazê-la se manter viva, criativa, inovadora. É preciso mudar e entender de pessoas, entender de diversidade e todo o rolê da sua estratégia.

E tudo bem quem não quiser colocar diversidade como um valor da empresa, depois não chore se o seu concorrente estiver ganhando mais mercado, vendendo horrores para a comunidade LGBTQIA+ e fazendo acontecer.

Então tudo isso não é sobre quem faz diversidade, mas sobre quem entende de mudança, se adapta a ela de acordo com as mudanças sociais e respeite o outro na sua inata diversidade.

E o nosso dele é muito apropriado: Nasce uma Rainha porque cada empresa, cada pessoa, tem o seu próprio reinado interno para administrar e promover impacto social.

Um brinde à majestade. Tim-tim!

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Imagens: Netflix.

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