Uma das frases que eu mais vejo as pessoas falando quando se trata de diversidade é e traz um importante debate sobre empreendedorismo LGBT:
- Diversidade é o certo a ser feito.
E eu sempre questiono:
- Tá, mas tem um monte de outras coisas que é o certo a ser feito e nem por isso uma empresa realiza, né…
Eu acredito que a sensibilização sobre o tema tem hora e momento certo a ser feito. Assim mesmo você não pode “passar do ponto”, ou seja, não pode ficar falando e falando sem conectar com o negócio em si da empresa.
Uma pesquisa de 2015 da Out Leadership, uma associação internacional que promove iniciativas para a comunidade LGBT+, apresentou uma estimativa de que o poder de compra dessa comunidade, só no Brasil, é de R$ 419 milhões de reais, ou seja, 10% do PIB.
E qual empresa que não deseja que um pouco desse capital seja injetado no seu negócio?
Estamos falando muito mais se você é ou não a favor de que homossexuais possam se casar, se isso é certo ou não e se a comunidade LGBT+ pode ou não adotar um filho.
Estamos falando de público consumidor, de dinheiro, de procura e demanda, de desenvolvimento de produto.
Estamos falando que você não precisa abdicar do seu atual público-alvo, mas sim saber como atrair, reter e entender as demandas da comunidade LGBT+ para comprar o seu produto.
Ah, mas você não quer vender para LGBT+?
Tudo bem, azar seu.
Só que saiba que é praticamente impossível escapar da conexão com essa comunidade, pois, se brincar, há LGBT+ dentro da sua empresa.
E aí, como eles estão se desenvolvendo como profissionais?
São respeitados pelo que são, mesmo tendo as suas expressões de gênero muito afeminadas ou muito masculinizadas?
O que eu quero te chamar a atenção é que o seu colaborador LGBT+ pode ser o mais engajado e dedicado do mundo, mas se ele não for respeitado pelo que é, além dele, em breve, mudará de emprego, e você também está praticando um crime.
Sim, isso mesmo que você leu, um crime.
A LGBTfobia foi aprovada no Brasil, ou seja, se o seu ambiente interno não for inclusivo, respeitoso e que aceita todas as pessoas pelo que elas são, agora, é só atravessar a rua e fazer um boletim de ocorrência.
Ou seja, você não tem mais escolha.
Ou você começa a desenvolver processos internos para que as “brincadeiras” LGBTfóbicas acabem… Ou você vai gastar uma bela grana com advogados.
E é bom deixar uma coisa bem clara aqui:
- Se a “brincadeira” constrange alguém NÃO é brincadeira, mas sim desrespeito. E, consequentemente, crime… De LGBTfobia!
Mas se você acha que ele está se divertindo também, sinto muito em lhe dizer que não é bem assim.
As pessoas acabam aceitando “brincadeiras”, principalmente vindo de líderes porque elas não têm escolhas. Elas precisam daquele trabalho (até arrumarem outro), né…
Então, antes de fazer uma brincadeira, pense realmente se você está brincando com alguém ou constrangendo uma pessoa LGBT+ que trabalha com você.
Por fim, eu imploro: não tire “ninguém do armário”.
Isso não é direito seu e se uma pessoa LGBT+, mesmo que você sabe que ela é LGBT+, quiser passar a vida inteira dela escondendo quem ela é, é problema dela.
Aliás, se uma pessoa está no armário dentro da sua companhia, isso só te dá um sinal:
- Será mesmo que o seu ambiente interno está tão receptivo para que aquela LGBT+ possa se sentir confortável para falar da intimidade dela com vocês?
Pense sobre isso, pense junto com o seu departamento de gestão de pessoas.
E se quiser aprofundar os seus conhecimentos sobre diversidade LGBT+ dentro de empresa, deixo esse link é para você.
Até o próximo texto aqui.