Hoje, um cliente entrou em contato solicitando uma lista de contatos de ONGs LGBTQIAPN+ para conectar com ações de diversidade.
Pensei muito sobre fazer ou não esse texto, pois, sempre ficará alguém de fora. Então faremos o seguinte: quais são as ONGs que eu, Maira, tenho uma aproximação, sigo o trabalho e/ou admiro o trabalho.
Acho melhor fazer assim do que fazer uma lista de ONGs LGBTQIAN+.
Casa 1 | São Paulo
Conheço o Iran, fundador da Casa 1, antes dele fundar a ONG. Ele era repórter do Buzzfeed Brasil e me entrevistou para uma matéria.
Eu dei um curso lá, na acompanha de financiamento de lançamento do projeto.
Além disso, gravei um vídeo com ele, com o Iran quando foi lançar o coletivo Vote LGBT.
O trabalho da Casa 1 é uma referência em casas de acolhidas e eles têm vários desafios a serem superados.
Vote LGBT | São Paulo
Como eu disse acima, participei da divulgação inicial do Vote, em um vídeo.
O Vote tem um trabalho espetacular não só na época das eleições como eles vivem fazendo pesquisas sobre a comunidade LGBTQIAPN+, o que é muito importante para o nosso trabalho junto as empresas.
Casinha | Rio de Janeiro
Eu conheci eles bem também no surgimento. Foi uma das primeiras ONGs que divulgou vagas de camaleao.co quando a gente estava se estruturando.
Eu gosto muito do que eles fazem e como conduzem as ações.
Casa Florescer | São Paulo
Eu tenho um carinho muito grande por eles, pois sempre que trago algumas ações sou muito bem recebida.
Antes da pandemia, iria fazer um dia de empregabilidade LGBTQIAPN+ com oficinas e algumas marcas do mercado. Mas o vírus chegou e acabou com tudo — quem sabe, voltemos assim que tudo passar.
Casa Nem | Rio de Janeiro
Iran, da Casa 1, me passou o contato deles.
Na pandemia conversamos, tentei conectar algumas vagas com oportunidades deles, participei de algumas campanhas delas doando dinheiro.
Têm vários desafios, inclusive ficar rebatendo as mentiras que saem por aí sobre elas.
Todas as Letras (LGBTI+ in Tech) | Rio de Janeiro
Eu fui em um meetup deles, uma vez, antes da pandemia e foi muito legal as discussões.
Têm um trabalho incrível com o desenvolvimento de LGBTQIAPN+ na tecnologia.
Agora, estão fazendo uns meetups virtuais. Não sei se todes podem acompanhar ou é só para a comunidade. De qualquer forma, vale a pena acompanhar:
Mães Pela Diversidade | São Paulo com Várias Células pelo Brasil
Eu não sei o que seria da gente sem a força, iniciativa e conexão das Mães Pela Diversidade.
E se tem um coletivo com o maior carinho de abraçar as nossas iniciativas são elas – mães entram em contato falando dos currículos de seus / suas filhos / filhas / filhes, divulgam as nossas vagas e são super abertas.
Claro que tinha que as mães, né.. E pais também, pois eles também participam.
Transvest | Belo Horizonte
Nunca conversamos, mas eu sigo aqui acompanhando porque acho sensacional e surreal de lindo esse trabalho.
Grupo Dignidade | Curitiba
Se você trabalha com a comunidade LGBTQIAPN+ é quase OBRIGATÓRIO acompanhar o Grupo Dignidade, pois o coletivo faz parte do movimento LGBTQIAPN+ no Brasil.
Inclusive, eles resgataram e deixaram disponível gratuitamente os exemplares do Lampião da Esquina, um jornal homossexual, publicado no nosso país durante os anos de 1978 e 1981. Ele deu start para a imprensa LGBTQIAPN+ por aqui.
O Grupo Dignidade também tem publicações, eventos e trabalha com direitos LGBTQIA+.
Grupo Gay da Bahia | Salvador
Eu me lembro estar “saindo do armário” e tendo contato com as ações do Grupo Gay.
Eles existem a mais de 41 anos, sendo uma referência, principalmente, em pesquisas e dados da comunidade LGBTQIAPN+.
Um dos mais importantes que lançam anualmente, principalmente quando as pesquisas não eram fáceis e nem simples de fazer, é o registro dos casos de LGBTfobia no país.
Casa Chama
Eles têm uma conexão muito linda com a Casa Nem.
Têm uma presença bem bacana no YouTube — vou deixar um vídeo deles que explica quem são:
E produzem um festival que chamado TRANSversalidades que se foca em no “encontro e perpetuação de práticas, poéticas, vozes, vivências e corporalidades que se instauram de forma transversal, desorganizando estruturas para promover alianças, reparações e dignificação da vida”, segundo o que postaram nos seus Instagram.
Associação Nacional de Travestis e Transexuais | surgiu em Porto Alegre
Tem alguns coletivos que eu realmente não consigo explicar o que são devido a sua importância de trabalho e tanta relevância. Por isso, deixarei aqui a missão da Antra que retirei do seu site:
Identificar, Mobilizar, Organizar, Aproximar, Empoderar e Formar Travestis e Transexuais das cinco regiões dos pais para construção de um quadro político nacional a fim de representar nossa população na busca da cidadania plena e isonomia de direitos.”
(Assembleia da ANTRA, Teresina-PI/ Maio 2009).
IMPORTANTE
Não existe uma ONG LGBTQIAPN+ pior, ou melhor, do que a outra. Existe um trabalho conjunto em que cada uma atua na sua região, do seu modo e com as suas forças.
Meu texto não é excluir essa ou aquela, mas trazer a você aquelas que eu tento acompanhar mais de perto, buscar referências, estar em contato, ajudar do meu modo e me conectar.
Claro que o texto poderia aumentar, claro que eu poderia / posso me conectar com outras. Mas eu tenho a certeza que nunca conseguirei estar próxima de todes que existem no nosso país.
E, por fim, um adendo: tirei as Paradas e/ou Caminhadas, tá? Eu sei que algumas ONGs atuam fazendo Paradas, Caminhadas e etc. E tirei porque acredito que as Paradas merecem um texto só para elas.
Meu desejo ainda, nesse blog, é fazer um textão com Paradas existentes pelo Brasil e ir atualizando assim que forem surgindo e me indicando mais.
Eu espero que você entre em contato com essas outras e/outras.
Ajude-as, nem sempre elas precisam só de dinheiro, mas sim de capital humano, de networking, de ideias e dos mais diversos tipos de suportes. Você não tem a ideia de como pode, sim, ajudá-las!