Qual será a sigla correta da comunidade LGBTQIAP, já que encontramos algumas por aí, como:
- MHB
- GLS
- MGL
- GLBT
- LGBT
- LGBTI
- LGBTI+
- LGBTQ
- LGBTQ+
- LGBTQI+
- LGBTQIAP+
- LGBTIQIAP+
Ufa! Haja letrinhas e mudanças na sigla do arco-íris, né? Super normal você ficar em dúvida. Portanto, nesse conteúdo, vou te explicar qual é a correta e o porquê houveram algumas mudanças, ao longo do tempo, dela. Vamos lá!
Era Uma Vez…
Nos anos 90, no Brasil, o nosso movimento era conhecido como Movimento Homossexual Brasil (MHB). É aqui que surge a nossa primeira sigla e e ela era um guarda-chuva para descrever toda a nossa comunidade. Ou seja, a palavra homossexual representava todos nós.
Bom, se a gente pensar, até hoje, algumas pessoas pensam assim, certo? Afinal, dizem que…
- A Parada é Gay e não LGBTQIAPN+;
- A balada é gay e não LGBTQIAPN+;
- A bandeira é gay e não LGBTQIAPN+.
E quando você coloca toda uma comunidade cheia de diversidade e interseccionalidade em uma sigla, temos um problema de invisibilidade.
E foi aí, então, que surgiu o termo GLS difundido pelo Festival Mix da Cultura da Diversidade, que existe até hoje. Ele foi usado, pela primeira vez, em 1994, por Suzy Capó, jornalista, atriz, ativista e empresária, durante os preparativos do evento. E seu intuito era descrever para a mídia quem era as pessoas frequentantes do acontecimento.
Portanto, o termo GLS não é uma sigla, mas sim um marcador mercadológico (público-alvo) de um produto cultural.
E, por um tempinho, esse marcador foi adotado socialmente para descrever a nossa comunidade. Só que ele, além de invisibilizar as demais comunidades, tem um sério problema SE fosse uma sigla mesmo:
O Bendito S.
Primeiro que na comunidade pessoas simpatizantes (s) NÃO tem visibilidade por o espaço ser de reunião de grupos marginalizados e sem direitos garantidos dentro da nossa estrutura social. E pessoas simpatizantes sempre tiveram direitos garantidos e visibilidade social.
Depois que o S passou de simpatizante para significar SUSPEITO. Então colocou as pessoas enrustidos dentro movimento. E estamos em busca de uma sociedade democrática, que nos respeite por aquilo que somos e SE as pessoas estão enrustidas é por autoproteção, medo de violência e/ou ainda se entendendo como LGBTQIAPN+.
Ou seja, não é legal ser enrustido. E, a meu ver, devemos focar nossos esforços para ninguém tenha que ser suspeito, mas sim viver a sua vida com dignidade, respeito e sendo quem a pessoa quer ser.
Encontros: Começo da Representatividade
Ainda entre 1993 e 1995, enquanto Festival Mix Brasil compartilhava o marcado mercadológico GLS, o movimento começou a criar os Encontros em que trouxeram as seguintes mudanças na sigla.
No de 1993, surge MGL (Movimento Gay e Lésbico) trazendo à tona o mesmo problema do GLS de falta de representatividade e diversidade. E no de 1995, teve outro encontro em que debatia trazer as pessoas trans para dentro do movimento, inserindo a letra T.
A partir daí, começo a difundir, no movimento, o termo GLBT. Em 20081, durante a º Conferência Nacional GLBT no Brasil, teve a troca a sigla GLBT para LGBT trazendo visibilidade para as lésbicas e começando os debates sobre intersecções de gênero e orientações afetivas-sexuais.
Desde aquele momento, até a sigla ganhou várias versões sem que a comunidade tivesse um consenso de qual deveríamos usar. Algumas delas são:
- LGBTQ
- LGBTQ+
- LGBTI
- LGBTQI
- LGBTQI+
The New York Times Traz Visibilidade LGBTQIA+
Em 2018, o jornal The New York Times, publico o artigo The ABCs of LGBTQIAP+, assinado por Michael Gold sobre as mudanças que a comunidade passou desde que ele se assumiu e mais: apresentava uma lista em que o veiculo trazia como os nova-iorquinos LGBTQIAP+ se declaravam.
Portanto, no artigo, além dele explicar o que significava algumas identificacōes de gênero “não usuais” (como gênero não-conformista) e orientações afetivas-sexuais (como graysexual), jogava luz também na sigla LGBTQIA+.
Então temos uma maior aceitação da sigla LGBTQIAP+ na comunidade no Brasil e ao redor do mundo. Tem-se também inserido mais duas variações da sigla LGBTQIA+ aqui, no nosso país:
- A primeira é colocando a sigla P, já que tem um debate em que pessoas pansexuais não se orientam como bissexuais. E levantando também a discussão sobre a diferença entre as duas comunidades.
- E a segunda, é mantendo LGBTQIAP+ e inserindo N de pessoas não-binárias. Quem usa essa sigla é o site orientando.org. Ao fazer isso, também trazemos visibilidades para as pessoas não-binárias que não se identificam como trans.
Futuro da Sigla LGBTQIAP+
Se estamos em constante mudança, seja como pessoas individuais ou como sociedade, é natural que a sigla do nosso movimento também mude para trazer mais visibilidade e representatividade.
Particularmente, acho incrível que mudemos o nosso termo porque a cada nova letrinha que se insere, podemos aprender sobre aquela comunidade, sobre a nossa diversidade e educar a sociedade para que ela seja mais inclusiva e menos violenta conosco.
E se você quer entender a diversidade de composição da nossa comunidade, indo além das siglas, e ajudando você a:
- Romper a dificuldade de entender a comunidade LGBTQIAP+ de modo prático;
- Trazer referências e dados que te ajudam a caminhar pelo entendimento das invisibilidades e a exclusão social que a comunidade LGBTQIAP+, infelizmente, passa;
- Compreender e se libertar de quaisquer preconceitos relativos à diversidade sexual e de gênero.
Então você amará o dicionário LGBTQIAP+:
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Uma boa leitura do dicionário LGBTQIAP+ para você.