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TDAH & Neurodivergentes

TDAH em Mulheres: O Silêncio Oculto e Ignorado

Maira Reis
Escrito por Maira Reis em 5 de abril de 2024
TDAH em Mulheres: O Silêncio Oculto e Ignorado
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O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é frequentemente associado a crianças, especialmente meninos. No entanto, o TDAH em mulheres é uma pauta que ainda precisamos conversar sobre.

A compreensão e a identificação do TDAH em mulheres muitas vezes passam despercebidas, resultando em subdiagnóstico e falta de apoio adequado. 

Este artigo explora os desafios únicos enfrentados por mulheres com TDAH, destacando a importância da conscientização e abordagens de tratamento adaptadas.

A Diferença de Diagnóstico do TDAH entre Mulheres e Homens Adultos

Os sintomas clássicos do TDAH, como hiperatividade, impulsividade e desatenção, são comuns em ambos os grupos, as mulheres tendem a apresentar sintomas mais internalizados, como desorganização, dificuldade de concentração e procrastinação.

Essa diferença na apresentação muitas vezes leva ao subdiagnóstico do TDAH em mulheres, pois seus sintomas podem ser menos evidentes ou correspondentes aos estereótipos tradicionais da condição.

Além disso, as mulheres com TDAH adulto frequentemente enfrentam desafios adicionais em comparação com os homens, especialmente no que diz respeito ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, gestão do lar e relacionamentos interpessoais. 

O subdiagnóstico e a falta de reconhecimento dos sintomas de TDAH em mulheres podem resultar em problemas de autoestima, estresse crônico e até mesmo o desenvolvimento de comorbidades psiquiátricas, como ansiedade e depressão.

Quando se trata de tratamento, as mulheres com TDAH podem responder de maneira diferente aos medicamentos e terapias em comparação com os homens. 

Embora a medicação estimulante possa ser eficaz para ambos os gêneros, abordagens adicionais, como terapia cognitivo-comportamental e treinamento de habilidades sociais, podem ser particularmente benéficas para mulheres, ajudando-as a desenvolver estratégias específicas para lidar com seus sintomas no contexto de suas vidas cotidianas.

E há um fator interessante que impacta também nesse cenário:

Fatores Sociais e Culturais no TDAH em Mulheres: Gênero e TDAH

Entender o papel das normas sociais e culturais no subdiagnóstico do TDAH em mulheres é crucial para uma abordagem mais sensível e precisa. 

Na sociedade, as expectativas de gênero muitas vezes moldam nossas percepções e interpretações dos comportamentos e desafios enfrentados por homens e mulheres. 

No caso do TDAH, as mulheres são frequentemente pressionadas a se conformarem a um ideal de organização, atenção aos detalhes e capacidade de gerenciar múltiplas responsabilidades de forma eficaz.

Essas expectativas podem levar a um fenômeno conhecido como “mascaramento” do TDAH em mulheres. 

Em vez de serem vistas como potenciais candidatas a um diagnóstico de TDAH, as mulheres podem ser rotuladas como desorganizadas, preguiçosas ou desinteressadas devido a dificuldades em manter a atenção, seguir rotinas ou concluir tarefas. 

Como resultado, muitas mulheres com TDAH podem se esforçar para se adaptar e compensar seus sintomas, o que pode levar a um subdiagnóstico e a uma falta de acesso ao tratamento adequado.

Além disso, as mulheres com TDAH também enfrentam estigmas sociais adicionais associados ao seu gênero. Elas podem ser vistas como menos capazes ou competentes se não conseguirem cumprir as expectativas tradicionais de feminilidade, como serem organizadas, atentas aos detalhes e eficientes no gerenciamento de responsabilidades domésticas e profissionais. 

Esses estigmas podem criar barreiras adicionais para buscar ajuda e apoio, levando as mulheres com TDAH a sofrerem em silêncio e a enfrentarem consequências negativas para sua saúde mental e bem-estar.

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Como é o Diagnóstico e Tratamento de TDAH em Mulheres

O diagnóstico e tratamento do TDAH em mulheres envolvem uma abordagem multidisciplinar que considera a história clínica, sintomas apresentados e a avaliação de profissionais de saúde qualificados.

Aqui está uma visão geral do processo:

Diagnóstico:

  1. Entrevista Clínica: Um profissional de saúde, como um psiquiatra, psicólogo ou médico clínico geral, conduzirá uma entrevista detalhada para obter informações sobre os sintomas relatados, história médica e psicossocial da paciente.
  2. Avaliação dos Sintomas: O profissional avaliará os sintomas do TDAH, incluindo desatenção, hiperatividade e impulsividade. Eles podem usar questionários padronizados, como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) ou a Escala Conners, para auxiliar na avaliação.
  3. Avaliação Comportamental: Observações do comportamento da paciente em diferentes configurações, como em casa, no trabalho ou na escola, podem ser úteis para confirmar o diagnóstico.
  4. História de Vida: Uma análise da história de vida da paciente, incluindo sua infância, histórico escolar, relações interpessoais e desafios enfrentados ao longo da vida, pode fornecer insights adicionais sobre o TDAH.
  5. Exclusão de Outras Condições: É importante descartar outras condições médicas ou psiquiátricas que possam estar contribuindo para os sintomas, como transtornos de ansiedade, depressão, transtornos do sono, entre outros.

Tratamento:

  1. Medicação: Medicamentos estimulantes, como metilfenidato e anfetaminas, são frequentemente prescritos para tratar os sintomas do TDAH em mulheres. No entanto, a resposta à medicação pode variar de pessoa para pessoa, e diferentes formulações e doses podem ser necessárias para encontrar a combinação mais eficaz com o mínimo de efeitos colaterais.
  2. Terapia Comportamental: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para ajudar mulheres com TDAH a desenvolver habilidades de organização, gerenciamento de tempo, resolução de problemas e autocontrole. A terapia pode ajudar a melhorar a autoestima, reduzir a impulsividade e promover estratégias de enfrentamento saudáveis.
  3. Treinamento de Habilidades Sociais: O treinamento de habilidades sociais pode ajudar mulheres com TDAH a desenvolver habilidades interpessoais, como comunicação eficaz, resolução de conflitos e assertividade, melhorando suas relações pessoais e profissionais.
  4. Apoio Educacional: Se a mulher estiver matriculada em uma instituição de ensino, ela pode se beneficiar de acomodações educacionais, como tempo extra em testes ou acesso a recursos de aprendizado especializados.
  5. Suporte Psicossocial: Grupos de apoio e terapia em grupo podem fornecer um espaço seguro para mulheres com TDAH compartilharem experiências, obterem apoio mútuo e aprenderem estratégias de enfrentamento com seus pares.

É importante lembrar que o tratamento do TDAH em mulheres é altamente individualizado e pode exigir uma abordagem de tentativa e erro para encontrar as estratégias mais eficazes.

O suporte contínuo de profissionais de saúde, familiares e amigos é fundamental para ajudar as mulheres com TDAH a gerenciar seus sintomas e alcançar seu potencial máximo.

E lembre-se: mantenha-se firme! E sempre, busque seu tratamento e diagnóstico com profissionais adequados e da saúde.

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