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Diversidade & Inclusão

Melhores e Simples Dicas de Linguagem Neutra de Gênero

Maira Reis
Escrito por Maira Reis em 29 de abril de 2020
3 min de leitura
Melhores e Simples Dicas de Linguagem Neutra de Gênero
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O livro “Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas”, de Dale Carnegie, diz que o nome de uma pessoa é o som mais doce e importante em qualquer língua.

Ou seja, gostamos do que é personalizado para nós (com o nosso nome) e de chamarem por nós.

O nome, na maioria das vezes, é a nossa porta de entrada para a definição do nosso gênero.

Se uma pessoa se chama João, automaticamente, você sabe que ela é um homem.

Já se ela se chamar Letícia, você que tem a ideia de se tratar de uma mulher.

Agora, eu te pergunto: e as pessoas têm nomes com gênero neutro, como a identificamos?

Rompendo o Mundo Binário de Gênero

Eu sei que hoje, para muitas pessoas, ainda é difícil entender que o outro pode (e deve) ser identificado como quiser.

Inclusive, também têm o direito de não se identificarem com gênero nenhum, sendo assim uma pessoa não-binária, queer, gênero neutro e outras definições que há disponíveis por aí.

O fato é que o nosso cérebro a todo momento busca padrão:

  • Ela se chama Rafaela, é mulher;
  • Ele se chama Rogério, homem.
  • E quem se chama Ariel?

Enquanto estivermos pensando de modo binário (homem X mulher), além de não sairmos desse padrão, continuaremos, cada vez mais, confusos quando nos deparamos com pessoas e/ou estruturas que rompem esse binarismo.

E eu te digo mais: isso será cada vez mais comum.

A possibilidade de questionar o seu gênero e mudá-lo, caso deseje, é uma das etapas mais importantes da vida de uma pessoa.

Viver uma vida não-binária também está cada vez mais comum entre as pessoas que buscam romper um padrão social adquirido no seu nascimento: o gênero homem ou mulher cisgêneros.

Portanto é aí que surgiram as boas práticas da linguagem neutra de gênero.

A Linguagem Neutra de Gênero Não Foi Inventada Agora

É provável que você esteja se perguntando:

  • Como assim linguagem neutra de gênero?
  • Inventaram isso agora?
  • Como devo então me comunicar com as pessoas daqui para frente?
  • Quais são as suas boas práticas?

Historicamente, o uso de pronomes masculinos no lugar de genéricos era considerado não-sexista.

Mas várias formas de linguagem neutra de gênero tornaram-se uma característica comum em versões escritas e faladas de muitas línguas no final do século XX.

As feministas argumentam que a prática de atribuir gênero masculino as palavras genéricos derivada de uma linguagem que refletia “os preconceitos da sociedade na qual ela evoluiu e o inglês também evoluiu, durante a maioria da sua história, em uma sociedade patriarcal centrada no homem”.

Foi então que durante a década de 1970, as feministas Casey Miller e Kate Swift criaram o seguinte manual (tradução livre): O Manual de Escrita Não-Sexista.

O Manual de Escrita Não Sexista

Essa publicação fala que a linguagem neutra de gênero foi criada para reformar a linguagem sexista existente que tinha como propósito excluir e desumanizar as mulheres.

Na década de 1980, muitos esforços feministas foram feitos para reformar a linguagem androcêntrica.

Androcentrismo é um termo criado pelo sociólogo norte-americano Lester F. Ward, em 1903, em que não só fala sobre os privilégios do homem como também que as experiências masculinas são consideradas as experiências de todos os humanos. E tidas como uma norma universal, tanto para homens quanto para mulheres, sem dar o reconhecimento completo e igualitário à sabedoria e experiência das mulheres.

Portanto, naquela época, nos anos 80, tornou-se comum em alguns ambientes acadêmicos e governamentais usar a linguagem neutra de gênero para transmitir a inclusão de todos os gêneros.

Inclusive, essa questão da linguagem androcêntrica X a linguagem neutra de gênero, evoluiu tanto que o uso tradicional da palavra “homem” para abranger toda a humanidade é visto por alguns acadêmicos como ultrapassado.

E é sempre bom lembrar que há línguas que já nasceram com a neutralidade de gênero, como, por exemplo, o inglês em algumas termos e expressões – mesmo sendo a partir dele que todo o movimento da neutralidade de gênero se deu.

Os Benefícios de se Usar a Linguagem Neutra de Gênero no Dia a Dia

A linguagem neutra de gênero busca se livrar do binarismo imposto pelos gêneros tradicionalmente aceitos pela sociedade.

Ela é um conjunto de boas práticas linguísticas que, como disse acima, não foram inventadas e sim evoluíram organicamente ao longo do tempo.

Um dos benefícios de usá-la é que ela provoca reflexões sobre os aspectos reproduzidos pelo nosso idioma e reforça o sexismo.

Além disso, ela também:

  • Neutraliza qualquer referência ao gênero em uma comunicação;
  • Utiliza de palavras que podem abranger um grupo e não especificar uma pessoa;
  • Indiretamente, ensina para as pessoas a importância da diversidade.

Como Você Pode Implementar Hoje a Linguagem Neutra de Gênero na sua Comunicação

Se você entende o padrão e a estrutura da linguagem neutra de gênero, fica fácil implementá-la nas suas comunicações.

Nesse conteúdo, apresento 3 formas simples:

  • Abandone-se o uso do “X”

1. O “X” não é acessível para as plataformas de leituras para pessoas com deficiência.
2. O “X” não é didático e de fácil compreensão, seja para leitura e/ou fala.
3. O “X” não é pronunciável.
4. O “X” não altera a linguagem para Não-Binária.

Já que não usaremos o “X”, quais são as formas de escrever de forma inclusiva e usando a linguagem neutra de gênero?

Abaixo trago mais duas dicas para substituir o X nas suas comunicações.

  • Troque o Final das Palavras O(s) e A(s) por E

Exemplo:

1. Lindo por linde
2. Querido por queride
3. Todos por todes
4. Menino por menine
5. Assalariado por assalariade

  • Use Palavras para Abranger um Grupo de Pessoas.

Vamos aos exemplos:

1. Ela partir por “A pessoa partiu”.
2. Boa tarde a todos por “Boa tarde a todas as pessoas”.
3. Os alunos saíram por “Estudantes saíram”.
4. Os professores estão em reunião por “O corpo docente está reunido”.
5. O cara fez isso? por “Alguém fez isso?”.

DICA BÔNUS

Quando estiver se referindo a um profissional, na maioria das vezes, tente usar o seu cargo.

Aqui mais algumas sugestões:

Preciso de um engenheiro por “Preciso de uma pessoa formada em engenharia”.

Gostaria de falar com a gestora por “Gostaria de falar com a pessoa no cargo de gestão”.

Entender essas sugestões de boas práticas inclusivas é fundamental hoje, que, como disse no começo desse texto, as pessoas estão, cada vez mais, se identificando de diversas formas.

E se você trabalha com diversidade e/ou recursos humanos, recomendo que estude esse tema, pois, com certeza, mais cedo ou mais tarde, ele será fundamental para o seu trabalho.

Desde o começo desse ano, venho me aprofundando no conhecimento da linguagem neutra de gênero.

Recentemente trabalhei com uma marca em um projeto interno para a UnitedHealth Group sobre o tema, desenvolvi um vídeo e uma gramática de linguagem neutra de gênero para usarem internamente.

Linguagem Neutra de Gênero para UGH

Ou seja, a tendência é as pessoas quererem saber como utilizar a linguagem neutra de gênero nos seus dia a dia.

↪︎ Agora… eu te pergunto:

“Você deseja escrever com conforme as boas práticas da linguagem neutra de gênero, principalmente para descrever oportunidades de emprego de modo que elas sejam inclusivas?”

Se você respondeu, sim, então clique aqui garantir a sua cópia da Checklist para Escrever com Linguagem Neutra de Gênero – ela serve para todas as comunicações.

checklist de linguagem neutra de gênero

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