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Diversidade & Inclusão

O Guia Compacto para Desmitificar a Questão de Gênero e Esquecer o Feminino e Masculino

Maira Reis
Escrito por Maira Reis em 31 de janeiro de 2019
4 min de leitura
O Guia Compacto para Desmitificar a Questão de Gênero e Esquecer o Feminino e Masculino
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Não deixe de escutar meu podcast que tem também vários áudios sobre questão de gênero.

Um deles que complementa esse conteúdo é esse aqui:

Sabia que você vê o mundo a partir de uma visão heterossexual e cisgênera?

Ou seja, esse é o nosso “padrão de gênero” social. Só que isso precisa ser discutido por uma simples questão de gênero. Pois bem, você pode achar isso estranho como pode também não sei importar, afinal o que tem ver o mundo por um viés hétero e cis?

Tem tudo!

O fato é que vivemos em um mundo cada vez mais diverso e esse padrão acaba excluindo pessoas que não deveriam ser excluídas, afinal todos deveríamos ter os mesmos direitos, não é?

Há alguns meses, recebi uma pergunta interessante sobre isso, no LinkedIn, e gravei esse vídeo, recomendo que assista:

Questão de Gênero é Feminino e Masculino, Não?

Muita gente fala que gênero é feminino e masculino. Não é bemmmmmmmm assim.

Nascemos sim em corpos masculinos e femininos, certo?

Mas, em questão de gênero, falamos de homem e mulher.

Especificamente homens e mulheres que nasceram em corpos femininos e masculinos e se sentem reconhecimentos não só perante eles como também perante os direitos que recebem deles ao longo da vida.

Essas pessoas são denominadas pessoas cisgêneras. E também temos pessoas transgêneras que são aquelas que também nasceram em corpos masculinos e femininos, porém não se reconhecem nos direitos que os seus corpos ganham ao longo das suas vivências.

Então quando falamos da questão de gênero usamos: homens e mulheres cisgêneras ou homens e mulheres trans (transgêneros). Aliás, entender isso é o princípio básico do básico para compreender a importância da equidade de gênero.

Não Devemos Usar Feminino e Masculino?

Feminino e masculino são usados em dois casos. O primeiro, como disse acima, para denominar órgãos genitais. E o outro é na gramática.

O uso dos substantivos feminino e masculino se enquadram, a meu ver, quando você fala de classes gramaticais ou então, no máximo, em questões de moda – mesmo assim, estamos caminhando, finalmente, para o desenvolvimento, no caso de algumas marcas, de vestimentas sem gênero e/ou gênero neutro.

E eu digo isso porque eu mesma comprei uma blusa na C&A em que ela era sem gênero. E não podemos nos esquecer que, além da questão da moda sem gênero, existe a androgenia que rompe todo o padrão de gênero e estética que a sociedade prega.

Será que Viveremos em um Mundo sem Gênero?

Essa é uma pergunta que eu me faço constantemente, sabe… Porém, ainda acredito que viveremos em um mundo de binaridade de gênero devido a duas áreas:

1º – No Direito, na Justiça:

Claro, estamos avançando na questão da identidade de gênero e/ou gênero neutro em alguns processos e até nas conquistas das pessoas trans, porém… Essa é uma área que ainda demora muito para se atualizar e tem vários debates sobre esses avanços sociais tão necessários.

2º – Na Medicina:

Ainda há muito preconceito em consultórios médicos, principalmente relacionado a questão das pessoas trans, assim como não há materiais que estão sendo divulgados com frequência sobre a questão do gênero neutro.

Além da falta de conteúdo sobre como tratar pacientes trans nos consultórios e procedimentos a partir de uma linguagem neutra de gênero. Por outro lado, você não encontra um médico dizendo:

Olha, o meu paciente é feminino ou masculino. Não!
Ele diz: Meu paciente é homem ou mulher.

A meu ver, a medicina tem uma tendência a avançar com mais frequência e rapidez do que o direito, principalmente porque pessoas trans precisam de acesso médico com mais emergência e retorno do que o acesso aos serviços judiciários.

Isso porque não estamos nem contanto o investimento em tecnologia e estudos que a medicina recebe, não é?

Mesmo assim, ainda estamos falando de quebras de gênero, quebras de padrões sociais e, claro, quebras de preconceitos.

Como Será o Futuro em Relação à Questão de Gênero?

A primeira coisa que precisa ficar clara é o mundo ser além do universo cisgênero – enfatizando de novo: além do mundo homem e mulher cisgênero.

Somos uma possibilidade infinita de modos de nos reconhecer em outros gêneros. Não é à toa que o Facebook já reconhece 56 diferentes tipos de identidades de gênero para que o usuário possa declarar como queria e se sinta confortável.

Depois também precisamos começar a questionar sobre os padrões que estão ao nosso redor. Todos os padrões. Como fazer isso?

Simples!

Mudando todo o sistema. Exemplificarei com o meu trabalho, como eu fiz isso.

Se uma marca me procurar para desenvolver uma estratégia para X público-alvo, não trabalho mais detalhando gênero daquele grupo de consumidores. Logo eu, hoje, trabalho com o mapa de empatia, sendo um recurso para você desenhar o perfil do seu cliente ideal focando nos sentimentos dele.

Dessa forma, você vai desenvolvendo uma estratégia focada no que aquela pessoa vê, sente, deseja, etc. A meu ver, assim consigo abranger as reais necessidades de quem quero atingir, evitando classificar o público em uma questão demográfica e de gênero.

Até porque a questão de gênero como persona é mega excludente. E isso é fácil de entender:

Se um homem trans se reconhece como um homem, mas, geralmente, tem uma vagina, você iria classificá-lo como?

Homem, claro!

Mas, mesmo assim, é meio incompleto porque ele é um homem TRANS com desejos e necessidades específicas, sacou?

Um homem trans tem suas características totalmente diferentes de um homem cisgênero. Agora, se você olhar é ERRADAMENTE a classificação de feminino e masculino porque é feminino quem nasceu com uma vagina e masculino quem nasceu com um pênis, logo…

Isso é uma classificação mega transfóbica ao dizer que um homem trans então seria uma pessoa feminino.

(exceto se ele queria se identificar assim, mas aíiiiiiii… é outro papo!)

Não tem nexo. Entende como classificar um homem trans como gênero feminino ou masculino na questão da persona (pode ser) é mega transfóbico e errado?

Portanto, marcas, agências e pessoal de comunicação:

-Usem o mapa de empatia – segue uma sugestão do mesmo:

Mapa da Empatia

Agora, você pode aumentar os gêneros “classificando” as pessoas em homem e mulher cisgêneras, homens e mulheres trans, pessoas não-binárias, queer, agênero, bigênero, etc.

Isso, claro, principalmente em formulários de pesquisa. E como exemplo, trago esse que está nessa checklist de linguagem neutra de gênero:

Formulário - Questão de Gênero

Por fim, a dica mais importante de todo esse conteúdo: recomendo, na verdade, você aprender a desenvolver no seu dia a dia uma comunicação inclusiva porque, dessa forma, você não precisa se preocupar com esse padrão de gênero que invisibiliza a comunidade trans.

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